Depois de ler o Pensamento Clínico de Wilfred Bion, de Joan e Neville Symington, pela Climepsi Editores, e de já ter estudado este autor durante a Faculdade, fiquei com a impressão que a teoria de Bion, particularmente a nível psicoterapêutico, aplica-se mais a pessoas menos desenvolvidas psicologicamente, ou seja, com modos de funcionamento psicológico mais primários.
A utilização da Grelha parece ser particularmente útil em sessões psicoterapêuticas ou analíticas mais caóticas, já que permite identificar factos e enunciados psicológicos de uma maneira mais sistemática.
Em relação a pessoas menos primárias, as teorias de Bion não me parecem tão úteis.
Mas a nível filosófico, as implicações de Bion quanto à busca do conhecimento e da verdade são sobremaneira úteis, e parecem estar relacionadas com mais do que aquilo que se passa nas sessões analíticas.
Quaisquer das maneiras, a sua toria do pensar, com a indicação de que os conteúdos do pensar surgem primeiro do que o aparelho de pensar, a sua teoria dos elos de ligação e do ataque aos mesmos, a sua teoria do continente e do conteúdo, e outras teorias, parecem-me ser úteis quer a nível psicoterapêutico quer a nível da busca do conhecimento e da verdade.
Mas reitero, que em última instância, e particularmente, a nível psicoterapêutico, as teorias de Bion aplicar-se-ão sobretudo a pessoas mais básicas, mais primárias, no seu funcionamento psicológico!
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